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Poesia Curta em português

Frases curtas



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Amor ao pr�ximo � a �nica religi�o
em que se deveria aceitar fan�ticos.


S�rgio Vaz


Len�o Branco

Autoria: Antonio Augusto Fagundes

Nascido de alma caudilha
- nem por isso menos franca -�
Deus te deu essa cor branca
que at� de noite rebrilha.
Lua do her�i na coxilha,
por de eu for, onde eu ande
e sem que ningu�m me mande
eu te canto, trof�u mudo
que � puro neste Rio Grande!

Do pica-pau ao chimango
vai um peda�o de gl�ria
e engarupo na mem�ria
com um guasca�o de mango
recuerdos de algum chatango
que no passado ficou.
Se eu sou assim como sou,
entonado e orgulhoso,
devo a ti, len�o glorioso,
que eu herdei do meu av�.

Das l�grimas de uma china
quando seu �ndio partia,
de uma lua que alumia
debru�ada na campina,
de uma sanga cristalina
que murmurava merenc�rea,
do clar�o de uma vit�ria
deste povo leal e franco
nasceste, meu len�o branco,
para bandeira de gl�ria!

Teu gosto � andar voejando
entre guerreiros e lan�as
e acalentar esperan�as
entropilhadas em bando.
O futuro est� chamando,
j� cumpriste o teu ideal
porqe o Rio Grand eimortal
fez de ti o seu retrato:
oposto do maragato,
puro, atrevido e bagual!





O amor, quando se revela,
N�o se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas n�o lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
N�o sabe o que h� de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,�
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a est�o a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica s�, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que n�o lhe ouso contar,
J� n�o terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Fernando Pessoa


Alegria que ele quer

Jo�o Guimar�es Rosa

Deus nos d� pessoas e coisas,�
para aprendermos a alegria...
Depois, retoma coisas e pessoas�
para ver se j� somos capazes da alegria
sozinhos...
Essa... a alegria que ele quer




renata desde brasil

felicidade

Quando estiver triste
lembre-se de mim
naos ou a felicidade
mas vou te fazer feliz


Gustavo Botelho Batista

pais: Brasil

Deixamos muitas coisas para depois,

mais o depois pode ser tarde para

um amor que n?o vive o agora.



Evelyn desde Brasil

Nao consigo te esquecer
Nao consigo ficar sem voce
nem um dia sem te esquecer
eu penso em voce ate o amanhecer ?


Cleiton Silva desde

Brasil

SAUDADE



Saudade,

Acho que eu sei o que ?.

Saudade ? sentir o seu perfume na rua e correr a te procurar,

? escutar nossa m?sica fazendo for?a para naum chorar,

Lembrar dos momentos juntos e feliz ficar

A felicidade que vc veio me proporcionar

E de como era bom estar ao seu lado vendo esse olhar,

Dizendo pra mim vem me beijar.

Saudade ? procurar nos jardins seu sorriso e naum encontrar,

? recostar na cama ? noite e te imaginar,

Lembrar da tua face e vibrar.

Saudade por fim, ? parar para pensar o quanto eu quero te amar...







Patrick gardin de oliveira desde brasil

curitiba

Capital da cultura
que ?
muito pura
para a cidade
que cura

queria que curitiba
n?o fosse assim
porque assim
? muito
pra min

mas eu queria
dizer que ela
assim fica
melhor para
min


Se eu armo o circo, ? pra te ver sorrir.
E banco o palha?o em troca de abra?o.
E perco o cansa?o em busca de bis.
Na corda bamba, um bobo insensato.
Na troca do ato, um tolo feliz.
Se eu caio na rede, ? por n?o voar.
E piso no espa?o com breve embara?o.
E te?o o compasso com gosto de anis.
No erro do bra?o, um trope?o.
No tra?o tentado, um triz.
Se eu armo o circo, ? pra te ver sorrir.
Se eu armo o circo, ? pra te ver.
Se eu armo o circo, ? pra ti.

Cassiano Rodka

Mario Salvador Filho Brasil
titulo: Saudade

Da janela lateral
do meu quarto
de dormir
vejo os framitos
dos galhos das ervores
pulsarem aos pas
dos bem-te-vis
l longe bem l longe
eu crianza
com uma atiradeira na mao
tentando armar
uma cilada ao meu futuro
crescer como assassino



Sua voz ? t?o pura quanto o vento;
Ela ? incr?vel s? um louco diz que ? horr?vel;
Atrav?s dela discobri quem sou eu;
Pelo amor que voc? me deu;
Atrav?s dela discobri que eu existo, pelo amor que voc? deu;
Atrav?s dela discobri que eu posso conquistar o imposs?vel;
E vencer o maes dif?cil;
E atrav? dela descobri o mais importante;
Que eu serei eternamente o teu homem.

Mateus

Poesia curta

Brasil

A flor

N?O TE DOU UMA FLOR
PORQUE E CHEIO DE ESPINO.
MAS TE DOU MEU CORA??O
PORQUE E CHEIO DE CARINHO

Rebeca

Poesia Curta

A. Kadir AvK Moçambique

amor

nao deixe de amar por medo de sofrer,
porque o sofrimento faz parte de amor.




Poema de Rita Carrapato

No papel vos entrego a palavra
Permito-vos o sentido
E mais
A liberdade do ritmo
da entoação
da voz
do tempo em que a respiras.

A liberdade da invençào para a metáfora.

A partir deste momento desconheço
se a palavra ainda me pertence
Sei que a libertei
para o mar ou para o espaço
Para fora de mim
Para sempre
Para nunca

Talvez que o que é vento
seja agora o meu respirar
O que é mar seja água
Talvez que o que é rio
seja agora vala extensa
onde vos deixo a palavra a correr
Apetecida
Renegada
E de súbito
a palavra foi um instante
Ou talvez nâo


Albino Santos in “A Evocaçâo do Teu Nome”,

Poesia Curta



Sem prumo, a obra saiu torta,
Com ãngulos escalenos agudos,
por?m surpreendente ergonomia.
J? que não os consegue apagar,
A dona da casa acomoda os erros
E Gaud? com g?udio exclamaria,
?Os trencadis darão cor ? forma!?
Usemos ent?o as pe?as quebradas,
As lascas do cora?ão para compor
Nova superf?cie boa de ser vivida.
Apreciemos tudo o que destoa,
e nos chama aten??o indevida,
Senão o que ? para ser garoa
?gua em insopitável ferida.



Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
Éum contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

Luas de Camões




Mar Português



ó mar salgado, quanto do teu sal
S˜o lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o é?u.



Fernando Pessoa, (in Mensagem)


PÉRICLES EUGENIO DA SILVA RAMOS, in POESIA SIMBOLISTA Antologia. São Paulo: Melhoramentos, 1965, p.131.


EXCELSIOR
Crescem teus ódios como o mar,
Cresce-me o amor como um novilho.
Rufa o tambor, vamos cantar,
Que no teu ventre está meu filho.
NÓs não sabemos que é chorar,
Somos assim como um junquilho,
Como ferreiros a forjar
0 ferro em brasa para um trilho.
Somos de ferro como as lanças,
Eu cheiro só as tuas tranças
E a minha boca só tu beijas.
Tu és a noiva da desgraça!
A nossa sátira espicaça
Como dentadas ás cerejas.



SEREIA

Reparem nesse bronze, veia a veia,
Cornucópia de seios e de escama,
Obra de um japonés, em que o Fusi-Iama
Adora o mar em enluarada areia.

Canta, e essa harmonia nos golpeia.
É duma triste e solitária gama,
Porém aumenta desse bronze a fama
O olhar amortecido da sereia.

Penso que sonha o pólo e o nevoeiro,
E a pálida talhada de um
Num céu de véus de noiva e jasmineiro.

E, como b?zio a referver, ressoa
Numa langue preguiça de serpente,
Num éxtase nostálgico de leoa.





D� aqui sua m�o
P�e sobre o meu ombro
Arqueia agora o corpo
Passa a perna entre as minhas
Falta pouco
Um pouco s�
At� nos atarmos num n�




Emo��o

Roberto Carlos

E a emo��o do nosso amor
N�o d� pra ser contida
A for�a desse amor
N�o d� pra ser medida
Amar como eu te amo
S� uma vez na vida




O Bicho

ter�a-feira, 23 de fevereiro de 2010

Vi ontem um bicho
Na imundice do p�tio
Catando comida entre os detritos
Quando achava alguma coisa
N�o examinava nem cheirava
Engolia com voracidade
O bicho n�o era um c�o
N�o era um gato
N�o era um rato
O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira




A inven��o do sapato
Primeiro olhou o p� do mosquito
e achou esquisito.
Depois examinou o p� do cachorro
e disse: �Socorro!�
J� o p� do elefante
achou interessante.
Mas quando juntou
o p� do sapo
e o do pato
que o inventor
chegou ao sapato.
SILVESTRIN, Ricardo.

Bianca Santana Do Livramento

Seja crian�a

Nunca perca seu lado crian�a.
Uma fruta madura demais apodrece.
patricia fogo leite Patricia Fogo Leite

desde brazil

o fogo quando se apaga

o fogo quando se apaga
o amor quando se acaba
na sinza deixa o calor
no corasao deixa a dor


Gonzalo Silva desde Portugal

Amor

Eu amo-te,
contigo quero ficar,
�s a mulher da minha vida,
e o nosso destino � casar.
(Gon�alo Silva)


Laura Bochetty desde Brasil

N�o tenha medo de ser feliz
ria,pule,chore,dance,viaje
antes que tudo acabe




DO SABOR DAS COISAS

Mario Quintana

Por mais raro que seja,
Ou mais antigo,
Só um vinho é deveras exelentre:
Aquele que tu bebes calmamente
Com o teu mais velho
E silencioso amigo...



talita almeida desde brasil


saber gostar



gosto por que gosto,
gosto por que sim,
gosto e aposto que
voce gosta de mim.




marco desde brasil

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueció

Poesia curta desde Brasil

Ruinas (coleta de resquicios)

O olhar verde atravessa a mata
Fere o c??u.
A chuva chove
Chateia o chato.
Os olhos a tudo podem
Na ansia de ver.
A mem??ria recolhe As fotografias.

Meu olhar,
Penetrando vai,
Buscar no espelho
O restolho
Da figura do meu pai.

O que soma a mim um abra??o?
Aquele bra??o nunca me apertou!
Quando muito marcou meu corpo
De vermelho chicote.

Meus olhos,
Far??is da minha face,
Fontes de meus desejos,
Trazem-me ao imaginario
A imagem que guardei.

Poesia enviada por: Maria Salvador
Poesia Curta


Thaiana diias desde Amapá


Hoje
Percebi
Que o sentido,não é sentido
Que o amor nao é vivido
Que a vida está triste
Mas percebi também
Que o sentido pode ser sentido
Que o amor pode ser vivido
E que a vida...
.....pode ser feliz
...#s? basta voc?,....
penssa com o cara??o#

Thaiana diias


SÓ UM MOMENTO

a parede nem marrom nem laranja
o som da frigideira
à noite um poema incompreensível de Pessoa

eu uso fugaz
esse é o meu narcótico
mais ou menos como uma pedra de crack de haikai
um samba do crioulo out
um ñao me importo que eu já volto
o conde de montecristo e sua vida táo difícil
o nado errado que dâ dor nas costas
o mapa da lua que nño servia pra nada

eu me dou minha quota em momentos
momento ê coisa das estampas de mim mesmo
aqui-agora e realidade não tem nada a ver com momento
por que momento é muito mais simples e mais legal e: é




Escrevo com as mãos nuas
sobre esta folha de papel sem fundo.
Sobre este musgo gélido onde escrevo
nem sequer existe o rumor da folhagem.
As palavras continuam assustadas
como um arbusto que não pára de tremer…

Escrevo com as mãos nuas.
A nudez permite a transparencia das sílabas,
o decantar das sombras na escadaria da noite,
a penetração no obscuro, a revelação do invis?vel.
No olhar encandeado, ho candelabros acesos
como um espelho polvilhado de estrelas.
O corpo deseja-se, invade a noite de seduções…

Mas não conseguirei nunca alcançar a luz
que pela primeira vez sagrou nossas pupilas:
gélido, será sempre o longe que nos afasta das estrelas.



poesia curta de Amor


Quando duas pessoas fazem amor
Não estão apenas fazendo amor
Estão dando corda ao relógio do mundo

Mario Quintana


O Amor...

É dificil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os
fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!"

Cecilia Meireles


Você...

Se a saudade pudesse falar;
esta diria teu nome...
Se as lembranças pudessem serem
revividas;
seriam os momentos meus contigo...
Se o meu sorriso fosse apenas para
alguém;
Seria para você...
Se o meu olhar tivesse apenas uma direção;
seria para o teu rosto...

Se o meu coração eu pudesse entregar
em uma caixinha;
Entregaria na porta do seu coração...
Se o seu calor dependesse do meu;
Ousaria colocar o meu corpo junto ao teu...

Se o meu amor fosse apenas para uma pessoa...
Eu não poderia da-lo a ti...
Pois a ti je pertence!



Autora: Anne Caroline M. M.


AQUELE QUE APROXIMA OS QUE SEMPRE ESTARÀO

Cecília Meireles

Aquele que aproxima os que sempre estarào
distantes e desunidos
e separa os que pareceriam
para sempre unidos e semelhantes
enxuga meus olhos
no alto da noite de mil direções.
Encostada a seu peito,
contemplo desfigurada
o negro curso da vida
como, um dia,
do alto de uma fortaleza
vi a solidào das pedras milenares
que desciam por suas arruinadas vertentes



Caso alguém queira saber sobre mim, diga que pinto poesias,
não gosto de desalegrias e amo a paixão.
Nos traços de uma pintura imagino a saudade
e todo o amor que invade o sentimento de um coração

Marcos Andruchak





Bilhete

Se tu me amas, ama-me baixinho
N�o o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida � breve, e o amor mais breve ainda...

Mario Quintana


Saber�s que n�o te amo e que te amo
posto que de dois modos � a vida,
a palavra � uma asa do sil�ncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para come�ar a amar-te,
para recome�ar o infinito
e para n�o deixar de amar-te nunca:
por isso n�o te amo ainda.

Te amo e n�o te amo como se tivesse
em minhas m�os as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.�
Por isso te amo quando n�o te amo�
e por isso te amo quando te amo.
Pablo Neruda

Millene Riba
Nara e Jorge

Sol e Lua


Nas somos como o sol e a lua,
somos muito diferentes,
pois o sol a quente
e a lua a fria...
Mas poram
vivemos sempre em armonia...

Millene Ribas


Akareyn desde brasil

O beijo


O carro corre na pista
o trem corre na linha
o beijo corre mais rapido
da tua boca para a minha.


Geyssinha desde Brasil
cupei
chupei laranja
chupei ameixa
sua num chupei
sua lingua
por que
vos naum deixa

Erika Dalin desde Brasil

AMOR DE VERDADE

Te amar te amo.
Te querer te quero.
Te esperar te espero.
Te deixar no quero.


evely desde brasil

poema da naite

ja chorei vendo fotos e ouvido musica,

ja liguei so para ouvir sua voz,

me apaixonei por um sorriso

,ja pensei que fosse morrer de saudade

e tive medo de perder auguem esperie acabei de perdedo

ja pulei e gritei de tanta felicidade,

,ja vivi de amore fiz muitas juras eternas? quebrei a cara muitas vezes ,ja abracei para proteger,

jadei risadas quando nao podia ,

ja fiz amigos eternos ,

amei e fui amado ,

 



Cleiton Silva desde Brasil

SAUDADE



Acho que eu sei o que ?.

Saudade ? sentir o seu perfume na rua e correr a te procurar,

? escutar nossa m?sica fazendo for?a para naum chorar,

Lembrar dos momentos juntos e feliz ficar

A felicidade que vc veio me proporcionar

E de como era bom estar ao seu lado vendo esse olhar,

Dizendo pra mim vem me beijar.

Saudade ? procurar nos jardins seu sorriso e naum encontrar,

? recostar na cama ? noite e te imaginar,

Lembrar da tua face e vibrar.

Saudade por fim, ? parar para pensar o quanto eu quero te amar...


A Esperan?a

Augusto dos Anjos

A Esperan?a n?o murcha, ela n?o cansa,?
Tamb?m como ela n?o sucumbe a Cren?a,?
V?o-se sonhos nas asas da Descren?a,?
Voltam sonhos nas asas da Esperan?a.?

Muita gente infeliz assim n?o pensa;?
No entanto o mundo ? uma ilus?o completa,?
E n?o ? a Esperan?a por senten?a?
Este la?o que ao mundo nos manieta??

Mocidade, portanto, ergue o teu grito,?
Sirva-te a Cren?a do fanal bendito,?
Salve-te a gl?ria no futuro -- avan?a!?

E eu, que vivo atrelado ao desalento,?
Tamb?m espero o fim do meu tormento,?
Na voz da Morte a me bradar; descansa!




Toda vez que me lembro de voc?
Sinto o amor invadir meu cora??o.

Eu possuo lembran?as dos momentos
que vivemos e que vamos viver mais
meu amor por voc? n?o se desfaz
j? faz parte de todos pensamentos.
Fiz exames e vi que os batimentos
aceleram em forma de paix?o
ultrapassam a contagem de um milh?o
quando chega a hora de te ver
Toda vez que me lembro de voc?
Sinto o amor invadir meu cora??o.

Mote e Glosa: Jo?o Igor



Quando eu n?o te tinha

Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo...
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo ? Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e pr?xima.
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos at? ? beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor...
Tu n?o me tiraste a Natureza...
Tu n?o me mudaste a Natureza...
Trouxeste-me a Natureza para ao p? de mim.
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
N?o me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
S? me arrependo de outrora te n?o ter amado.

(Alberto Caeiro ? Heter?nimo de Fernando Pessoa)


DISCRETA ALEGRIA

Mario Quintana

Longe do mundo v?o, goza o feliz minuto
Que arrebataste ?s horas distra?das.
Maior prazer n?o ? roubar um fruto
Mas sim ir sabore?-lo ?s escondidas.





Amarilis Pazini Aires desde Brasil

Rastro Angustiado

As nuvens baixam e escurecem
todo o vale, ao amanhecer
e trazem na imagem a tristeza
da angustia que est? a me preencher.

Encobrem a extens?o esverdeada
das montanhas enfileiradas
que salpicadas de l?grimas
vertem a m?goa em enxurrada.

Transbordam as emo??es
deste cora??o melindrado
tal qual a chuva que invade
em pranto meus olhos vertem as saudades.

A cada lugar em que passo
deixo um rastro angustiado
pocurando na nova imagem
apagar este amor acabado.

Disformo a lembran?a guardada
que trago no fundo da alma
e deixo esvair como fuma?a
a certeza da imagem renovada.

Amarilis Pazini Aires



poesia curta

ALMAS GÊMEAS

Entre nós
somente o suoró
somente nosso calor
somente o atrito da nossa pele

Entre nós
somente o calafrio
o ar ofegante da nossa respiração

Entre nós
somente o receio da perda
da cumplicidade adquirida

Entre nós
somente a vontade
de querer bem sempre

Entre nós
somente o implacável
desgaste do tempo

A favor de nós
o sentimento
a sensibilidade do olhar
o semeio do amor
a irmandade das nossas almas
a eternidade de cada momento!.

Marcos Leonidio


poesia curta

TRAIÇÃO

Hoje,
que as memórias se esvaem
e os amigos fogem de mim,
só tenho minhas poesias
como amigas
confidentes,
mesmo assim,
impertinentes,
sem rima e vazias
não inspiram a menor confiança
elas também me traem.

Ivone Boechat



O rio à noite é um haicai


peixes noturnos,
qual é o seu metabolismo
abaixo do espelho frio?

anoréxicas cobras d´água -
no místico escuro
vocês são ninjas?

névoa, tño alva e medieval.
é o teu combustível
que inflama o breu?
sereníssimo buda
que do barco mira o negrume,
responda rápido: como se acende a luz de si mesmo?


em gélido e uterino espaço
vejo-me flutuando em canoa cósmica.
será que matei um johnny walker?




Onde estava o meu coração
Enquanto o seu sangrava?
Aonde v?o as estrelas
A cada manh?, ofuscadas
sem o c?u que lhes pertence.
Ele correu longe com os lobos
Depois do disparo das espingardas
E se escondeu em uma gruta,
Raivoso de medo de te perder.
Lá triturou ossos e pedras
Para enganar o perigo,
Esperando chegar a noite
E seu coração se livrar dos espinhos
Para voltar o meu a bater,
Tomar o céu, encher o peito
E respirar contigo.





Carlos Drummond de Andrade
ALÉM DA TERRA, ALÉM DO CÉU

Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coraço,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar
, o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.




DRAMA SECO

O noivo desmanchou o casamento.
Que será da noiva ? toma hábito
ou se consagra à renda de bilro para sempre?
Tranca-se ao jeito das viùvas trágicas.
O noivo fica noivo novamente,
de outra mo?a, em outra rua.
A noiva antiga que dirá
em seu quartinho negro, à hora em que...?
À hora em que
passar a pé
o noivo com
seu cortejo, braço dado a braço dado,
rumo da noiva nova,
diz-que da antiga casa de noivado
a água descerá, em punição.
Lá vai o cortejo
todo ressabiado,
terno noivo
terno novo
preto de medo,
vestido novo
branco de medo,
olho no medo
no céu da casa.
Todas as janelas secamente fechadas,
sequer uma lágrima
pinga na lapela do noivo.



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