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Amor ao pr�ximo � a �nica religi�o
em que se deveria aceitar fan�ticos.
Nascido de alma caudilha
- nem por isso menos franca -�
Deus te deu essa cor branca
que at� de noite rebrilha.
Lua do her�i na coxilha,
por de eu for, onde eu ande
e sem que ningu�m me mande
eu te canto, trof�u mudo
que � puro neste Rio Grande!
Do pica-pau ao chimango
vai um peda�o de gl�ria
e engarupo na mem�ria
com um guasca�o de mango
recuerdos de algum chatango
que no passado ficou.
Se eu sou assim como sou,
entonado e orgulhoso,
devo a ti, len�o glorioso,
que eu herdei do meu av�.
Das l�grimas de uma china
quando seu �ndio partia,
de uma lua que alumia
debru�ada na campina,
de uma sanga cristalina
que murmurava merenc�rea,
do clar�o de uma vit�ria
deste povo leal e franco
nasceste, meu len�o branco,
para bandeira de gl�ria!
Teu gosto � andar voejando
entre guerreiros e lan�as
e acalentar esperan�as
entropilhadas em bando.
O futuro est� chamando,
j� cumpriste o teu ideal
porqe o Rio Grand eimortal
fez de ti o seu retrato:
oposto do maragato,
puro, atrevido e bagual!
Deus nos d� pessoas e coisas,�
para aprendermos a alegria...
Depois, retoma coisas e pessoas�
para ver se j� somos capazes da alegria
sozinhos...
Essa... a alegria que ele quer
Gustavo Botelho Batista
pais: Brasil
Deixamos muitas coisas para depois,
mais o depois pode ser tarde para
um amor que n?o vive o agora.
Mario Salvador Filho Brasil
titulo: Saudade
Da janela lateral
do meu quarto
de dormir
vejo os framitos
dos galhos das ervores
pulsarem aos pas
dos bem-te-vis
l longe bem l longe
eu crianza
com uma atiradeira na mao
tentando armar
uma cilada ao meu futuro
crescer como assassino
Poesia curta
Brasilnao deixe de amar por medo de sofrer,
porque o sofrimento faz parte de amor.
No papel vos entrego a palavra
Permito-vos o sentido
E mais
A liberdade do ritmo
da entoação
da voz
do tempo em que a respiras.
A liberdade da invençào para a metáfora.
A partir deste momento desconheço
se a palavra ainda me pertence
Sei que a libertei
para o mar ou para o espaço
Para fora de mim
Para sempre
Para nunca
Talvez que o que é vento
seja agora o meu respirar
O que é mar seja água
Talvez que o que é rio
seja agora vala extensa
onde vos deixo a palavra a correr
Apetecida
Renegada
E de súbito
a palavra foi um instante
Ou talvez nâo
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
Éum contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Luas de Camões
Mar Português
ó mar salgado, quanto do teu sal
S˜o lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o é?u.
Fernando Pessoa, (in Mensagem)
PÉRICLES EUGENIO DA SILVA RAMOS, in POESIA SIMBOLISTA Antologia. São Paulo: Melhoramentos, 1965, p.131.
EXCELSIOR
Crescem teus ódios como o mar,
Cresce-me o amor como um novilho.
Rufa o tambor, vamos cantar,
Que no teu ventre está meu filho.
NÓs não sabemos que é chorar,
Somos assim como um junquilho,
Como ferreiros a forjar
0 ferro em brasa para um trilho.
Somos de ferro como as lanças,
Eu cheiro só as tuas tranças
E a minha boca só tu beijas.
Tu és a noiva da desgraça!
A nossa sátira espicaça
Como dentadas ás cerejas.
SEREIA
Reparem nesse bronze, veia a veia,
Cornucópia de seios e de escama,
Obra de um japonés, em que o Fusi-Iama
Adora o mar em enluarada areia.
Canta, e essa harmonia nos golpeia.
É duma triste e solitária gama,
Porém aumenta desse bronze a fama
O olhar amortecido da sereia.
Penso que sonha o pólo e o nevoeiro,
E a pálida talhada de um
Num céu de véus de noiva e jasmineiro.
E, como b?zio a referver, ressoa
Numa langue preguiça de serpente,
Num éxtase nostálgico de leoa.
D� aqui sua m�o
P�e sobre o meu ombro
Arqueia agora o corpo
Passa a perna entre as minhas
Falta pouco
Um pouco s�
At� nos atarmos num n�
E a emo��o do nosso amor
N�o d� pra ser contida
A for�a desse amor
N�o d� pra ser medida
Amar como eu te amo
S� uma vez na vida
Vi ontem um bicho
Na imundice do p�tio
Catando comida entre os detritos
Quando achava alguma coisa
N�o examinava nem cheirava
Engolia com voracidade
O bicho n�o era um c�o
N�o era um gato
N�o era um rato
O bicho, meu Deus, era um homem.
Manuel Bandeira
Por mais raro que seja,
Ou mais antigo,
Só um vinho é deveras exelentre:
Aquele que tu bebes calmamente
Com o teu mais velho
E silencioso amigo...
talita almeida desde brasil
Poesia curta desde Brasil
Ruinas (coleta de resquicios)Thaiana diias desde Amapá
a parede nem marrom nem laranja
o som da frigideira
à noite um poema incompreensível de Pessoa
eu uso fugaz
esse é o meu narcótico
mais ou menos como uma pedra de crack de haikai
um samba do crioulo out
um ñao me importo que eu já volto
o conde de montecristo e sua vida táo difícil
o nado errado que dâ dor nas costas
o mapa da lua que nño servia pra nada
eu me dou minha quota em momentos
momento ê coisa das estampas de mim mesmo
aqui-agora e realidade não tem nada a ver com momento
por que momento é muito mais simples e mais legal e: é
poesia curta de Amor
Quando duas pessoas fazem amor
Não estão apenas fazendo amor
Estão dando corda ao relógio do mundo
É dificil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os
fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!"
Cecilia Meireles
Você...
Se a saudade pudesse falar;
esta diria teu nome...
Se as lembranças pudessem serem
revividas;
seriam os momentos meus contigo...
Se o meu sorriso fosse apenas para
alguém;
Seria para você...
Se o meu olhar tivesse apenas uma direção;
seria para o teu rosto...
Se o meu coração eu pudesse entregar
em uma caixinha;
Entregaria na porta do seu coração...
Se o seu calor dependesse do meu;
Ousaria colocar o meu corpo junto ao teu...
Se o meu amor fosse apenas para uma pessoa...
Eu não poderia da-lo a ti...
Pois a ti je pertence!
Autora: Anne Caroline M. M.
Aquele que aproxima os que sempre estarào
distantes e desunidos
e separa os que pareceriam
para sempre unidos e semelhantes
enxuga meus olhos
no alto da noite de mil direções.
Encostada a seu peito,
contemplo desfigurada
o negro curso da vida
como, um dia,
do alto de uma fortaleza
vi a solidào das pedras milenares
que desciam por suas arruinadas vertentes
Caso alguém queira saber sobre mim, diga que pinto poesias,
não gosto de desalegrias e amo a paixão.
Nos traços de uma pintura imagino a saudade
e todo o amor que invade o sentimento de um coração
Marcos Andruchak
Bilhete
Se tu me amas, ama-me baixinho
N�o o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida � breve, e o amor mais breve ainda...
evely desde brasil
poema da naite
ja chorei vendo fotos e ouvido musica,
ja liguei so para ouvir sua voz,
me apaixonei por um sorriso
,ja pensei que fosse morrer de saudade
e tive medo de perder auguem esperie acabei de perdedo
ja pulei e gritei de tanta felicidade,
,ja vivi de amore fiz muitas juras eternas? quebrei a cara muitas vezes ,ja abracei para proteger,
jadei risadas quando nao podia ,
ja fiz amigos eternos ,
amei e fui amado ,
A Esperan?a n?o murcha, ela n?o cansa,?
Tamb?m como ela n?o sucumbe a Cren?a,?
V?o-se sonhos nas asas da Descren?a,?
Voltam sonhos nas asas da Esperan?a.?
Muita gente infeliz assim n?o pensa;?
No entanto o mundo ? uma ilus?o completa,?
E n?o ? a Esperan?a por senten?a?
Este la?o que ao mundo nos manieta??
Mocidade, portanto, ergue o teu grito,?
Sirva-te a Cren?a do fanal bendito,?
Salve-te a gl?ria no futuro -- avan?a!?
E eu, que vivo atrelado ao desalento,?
Tamb?m espero o fim do meu tormento,?
Na voz da Morte a me bradar; descansa!
Toda vez que me lembro de voc?
Sinto o amor invadir meu cora??o.
Eu possuo lembran?as dos momentos
que vivemos e que vamos viver mais
meu amor por voc? n?o se desfaz
j? faz parte de todos pensamentos.
Fiz exames e vi que os batimentos
aceleram em forma de paix?o
ultrapassam a contagem de um milh?o
quando chega a hora de te ver
Toda vez que me lembro de voc?
Sinto o amor invadir meu cora??o.
Mote e Glosa: Jo?o Igor
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo...
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo ? Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e pr?xima.
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos at? ? beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor...
Tu n?o me tiraste a Natureza...
Tu n?o me mudaste a Natureza...
Trouxeste-me a Natureza para ao p? de mim.
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
N?o me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
S? me arrependo de outrora te n?o ter amado.
(Alberto Caeiro ? Heter?nimo de Fernando Pessoa)
Longe do mundo v?o, goza o feliz minuto
Que arrebataste ?s horas distra?das.
Maior prazer n?o ? roubar um fruto
Mas sim ir sabore?-lo ?s escondidas.
As nuvens baixam e escurecem
todo o vale, ao amanhecer
e trazem na imagem a tristeza
da angustia que est? a me preencher.
Encobrem a extens?o esverdeada
das montanhas enfileiradas
que salpicadas de l?grimas
vertem a m?goa em enxurrada.
Transbordam as emo??es
deste cora??o melindrado
tal qual a chuva que invade
em pranto meus olhos vertem as saudades.
A cada lugar em que passo
deixo um rastro angustiado
pocurando na nova imagem
apagar este amor acabado.
Disformo a lembran?a guardada
que trago no fundo da alma
e deixo esvair como fuma?a
a certeza da imagem renovada.
Amarilis Pazini Aires
ALMAS GÊMEAS
Entre nós
somente o suoró
somente nosso calor
somente o atrito da nossa pele
Entre nós
somente o calafrio
o ar ofegante da nossa respiração
Entre nós
somente o receio da perda
da cumplicidade adquirida
Entre nós
somente a vontade
de querer bem sempre
Entre nós
somente o implacável
desgaste do tempo
A favor de nós
o sentimento
a sensibilidade do olhar
o semeio do amor
a irmandade das nossas almas
a eternidade de cada momento!.
Marcos Leonidio
Hoje,
que as memórias se esvaem
e os amigos fogem de mim,
só tenho minhas poesias
como amigas
confidentes,
mesmo assim,
impertinentes,
sem rima e vazias
não inspiram a menor confiança
elas também me traem.
Ivone Boechat
peixes noturnos,
qual é o seu metabolismo
abaixo do espelho frio?
anoréxicas cobras d´água -
no místico escuro
vocês são ninjas?
névoa, tño alva e medieval.
é o teu combustível
que inflama o breu?
sereníssimo buda
que do barco mira o negrume,
responda rápido: como se acende a luz de si mesmo?
em gélido e uterino espaço
vejo-me flutuando em canoa cósmica.
será que matei um johnny walker?
Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coraço,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar
,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.
O noivo desmanchou o casamento.
Que será da noiva ? toma hábito
ou se consagra à renda de bilro para sempre?
Tranca-se ao jeito das viùvas trágicas.
O noivo fica noivo novamente,
de outra mo?a, em outra rua.
A noiva antiga que dirá
em seu quartinho negro, à hora em que...?
À hora em que
passar a pé
o noivo com
seu cortejo, braço dado a braço dado,
rumo da noiva nova,
diz-que da antiga casa de noivado
a água descerá, em punição.
Lá vai o cortejo
todo ressabiado,
terno noivo
terno novo
preto de medo,
vestido novo
branco de medo,
olho no medo
no céu da casa.
Todas as janelas secamente fechadas,
sequer uma lágrima
pinga na lapela do noivo.